Profissão e/ou Paixão?
Valdir Mendes
Posted on May 30, 2020
Com um título desse, você, deve estar pensado: - Ihhhhh, lá vem mensagenzinha motivacional de uma vida perfeita ou quer vender curso!
Você está errado, mas se quiser comprar! (risos) Brincadeiras à parte, hoje, eu gostaria de compartilhar algo que vivencio constantemente e acredito que também acontece bastante com outras pessoas.
Sou engenheiro/desenvolvedor de software, estudei para tal e amo fazer o que faço! Como a grande maioria da galera dessa área que busca evolução constante, estudamos as novidades e novas tecnologias à noite/madrugada, muitas vezes nos finais de semana e feriados! Concordam DEVs?
Dito isso, muitas vezes somos bombardeados com frases do tipo: "É, mas você precisa viver também!", "Você só fica nesse computador?!", "Você não cansa de estudar?".
De onde tirei essas tem mais um monte, quer que busque? (risos)
Voltando ao nosso título, não posso falar em relação à outras áreas e/ou profissões porque conheço pouco sobre, mas pessoalmente falando, entendo desenvolvimento de software como uma arte, e como em toda arte, para apresentar o seu melhor, o artista, precisa praticar, analisar, aprender/desenvolver novas técnicas e praticar, praticar muito. É um loop "infinito".
Um dos meus hobbies é música! Amo música, tenho na família tios que tocam e aprendi tocar um pouco de violão novinho ainda. Aprendi um pouquinho de outros instrumentos, como guitarra e tive a oportunidade de tocar na igreja, em alguns eventos e até viajei para tocar em outros estados. Vivenciando esse meio musical, conheci músicos que tocavam para cantores reconhecidos e sonhei em ser músico profissional.
Diante desse sonho, comecei buscar conhecimento musical autodidata e tentar fazer o que esses músicos profissionais faziam para me desenvolver. Meu Deus, como músico sofre! Quantas vezes passei finais de semana estudando um mesmo trecho de exercícios por horas.
Aprender a teoria da música, executar exercícios, reproduzir o que já foi construído, criar seus próprios riffs, prática sozinho, prática com banda, repertório, ensaios, troca instrumentos, monta setup, passa som, faz a apresentação, desmonta setup, trabalha enquanto todos os outros se divertem. Mas se perguntarem se eles trocariam essa vida por uma "carteira assinada" e folga no final de semana, ninguém trocaria porque é arte deles e para apresentar o melhor, tudo isso é necessário ainda que não seja tão bem remunerado. Fazem porque precisam, mas muito mais porque amam, nasceram com essa aptidão.
Por que eu trouxe esse desvio sobre música? Porque os assuntos convergem! Tanto o profissional que quer se tornar melhor quanto o artista (nesse caso, o músico), precisam se dedicar pré, durante e pós atividade. Para quem deseja ser melhor, precisa se dedicar estudando, investindo em equipamento, conhecimento, analisando o que os outros fazem e praticar para aprender. Quando for produzir algo, tem que tentar aplicar o que aprendeu e o que vem praticando e analisar se está dando certo, se já domina o assunto ou os pontos que ainda precisam ser melhorados. Quando o que se propôs fazer estiver concluído, temos que analisar e permitir que outros analisem. Recebendo feedback, encurtamos o caminho para nos tornarmos melhores. Com os feedbacks e a lista de coisas que precisam ser melhoradas na mão, iniciamos novamente o ciclo.
Bom, quis trazer para você uma reflexão. O que você desempenha hoje, você deixaria de fazer se não tivesse salário? Se assim como eu, sua resposta é não, viva sim sua vida, curta sua família e amigos, mas reserve mesmo um tempo para seus estudos, continue se dedicando, praticando, seja constante. Você não está se desenvolvendo em função de um salário ou uma posição (ainda que seja risos), você está aprimorando aquilo que você nasceu com aptidão para fazer!
Posted on May 30, 2020
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