A Metodologia dos 12 Fatores e a Adoção de SaaS no Universo Java

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Pedro Pietroluongo

Posted on May 11, 2023

A Metodologia dos 12 Fatores e a Adoção de SaaS no Universo Java

Introdução

A metodologia dos 12 fatores tem suas raízes no desenvolvimento de aplicações web modernas, surgindo como uma resposta às necessidades de escalabilidade, portabilidade e manutenção de software em um ambiente em constante evolução. Essa metodologia foi criada por Adam Wiggins, cofundador da Heroku, uma plataforma de hospedagem e gerenciamento de aplicações na nuvem.

Em 2011, Wiggins publicou o manifesto dos 12 fatores, delineando os princípios que orientam a criação de aplicações web eficientes e escaláveis. Esses princípios foram baseados em suas experiências e observações de padrões de sucesso no desenvolvimento e implantação de aplicações web, bem como nas lições aprendidas ao longo dos anos na Heroku.

A metodologia dos 12 fatores rapidamente ganhou tração na indústria de desenvolvimento de software, pois abordava desafios comuns enfrentados pelos desenvolvedores ao criar e gerenciar aplicações na era do cloud computing. Ao seguir esses princípios, os desenvolvedores são capazes de criar aplicações que são mais fáceis de gerenciar, escalar e portar entre diferentes ambientes e plataformas.

Desde sua introdução, a metodologia dos 12 fatores tem sido adotada por uma ampla gama de empresas e projetos, tornando-se um padrão de fato na indústria para o desenvolvimento de aplicações web modernas. Com a crescente popularidade de Software as a Service (SaaS), essa metodologia provou ser particularmente útil para projetos que buscam melhorar a qualidade, escalabilidade e manutenibilidade de seus aplicativos.

Neste artigo, exploraremos como essa metodologia pode ser aplicada no universo Java, utilizando exemplos de ferramentas e implementações, e finalizaremos com referências de pesquisa e indicações além do Heroku.

1. Código-fonte

No universo Java, a utilização de sistemas de controle de versão, como o Git, é fundamental para gerenciar o código-fonte e permitir a colaboração entre desenvolvedores. A plataforma GitHub é um exemplo popular de serviço que facilita o gerenciamento de projetos baseados em Git.

2. Dependências

Para gerenciar as dependências de bibliotecas em um projeto Java, o Maven ou o Gradle podem ser usados. Ambos automatizam o processo de baixar, instalar e atualizar as bibliotecas necessárias para o projeto.

3. Configurações

O uso de variáveis de ambiente é uma prática recomendada para separar as configurações de um aplicativo Java de seu código-fonte. Um exemplo de biblioteca que facilita o gerenciamento de configurações é o Spring Boot, que permite a externalização de configurações em arquivos de propriedades ou YAML.

4. Serviços de apoio

No contexto Java, serviços de apoio incluem bancos de dados, filas de mensagens e caches, como MySQL, RabbitMQ e Redis. Estes serviços podem ser gerenciados por ferramentas como Docker e Kubernetes para facilitar a implantação e escalabilidade.

5. Build, release e execução

Neste aspecto, o uso de ferramentas como Jenkins ou GitLab CI/CD pode automatizar o processo de build, release e execução de um aplicativo Java, garantindo que as versões sejam criadas, testadas e implantadas de forma consistente.

6. Processos

Em uma aplicação Java, é importante tratar cada processo como uma unidade isolada, sem compartilhar estado entre eles. A abordagem baseada em microsserviços e a utilização de frameworks como Spring Boot e Quarkus facilitam essa prática.

7. Vinculação de portas

As aplicações Java devem ser capazes de se comunicar com outros serviços por meio de vinculação de portas. Frameworks como Spring Boot e Vert.x simplificam a criação de aplicações que escutam em uma porta específica e se comunicam com outros serviços.

8. Concorrência

Para lidar com a concorrência em aplicações Java, é possível utilizar abordagens como programação reativa e programação paralela. Bibliotecas como RxJava e Project Reactor são exemplos de ferramentas que facilitam a programação reativa.

9. Descartabilidade

A descartabilidade é um princípio importante para aplicações Java, que devem ser capazes de iniciar rapidamente e encerrar de forma graciosa. Docker e Kubernetes são ferramentas que facilitam a implantação e gerenciamento de aplicações descartáveis.

10. Dev e produção

Para garantir que os ambientes de desenvolvimento e produção sejam consistentes, é importante utilizar containers, como Docker, e ferramentas de gerenciamento de containers, como Kubernetes. Além disso, o uso de infraestrutura como código (IaC) com ferramentas como Terraform ou Ansible também ajuda a garantir a consistência entre os ambientes.

11. Logs

No universo Java, é fundamental tratar os logs como eventos de fluxo contínuo, facilitando a análise e monitoramento. Ferramentas como Logstash, Elasticsearch e Kibana (a pilha ELK) podem ser usadas para coletar, armazenar e analisar logs de aplicações Java.

12. Administração

A administração de aplicações Java pode ser facilitada com o uso de ferramentas de monitoramento e gerenciamento, como o JMX e o Spring Boot Actuator. Essas ferramentas permitem acompanhar o desempenho, identificar gargalos e gerenciar o ciclo de vida de componentes do aplicativo.

Conclusão

A metodologia dos 12 fatores pode ser aplicada com sucesso ao desenvolvimento de aplicações Java SaaS, melhorando a qualidade, escalabilidade e manutenibilidade do software. Ferramentas e frameworks mencionados ao longo deste artigo ajudam os desenvolvedores a adotar essas práticas em seus projetos e a criar soluções robustas e eficientes.

Referências para futuras pesquisas

Além do Heroku, outras plataformas e serviços podem ser explorados para aprimorar ainda mais a adoção de SaaS no universo Java, como o Google Cloud Platform, Amazon Web Services e Microsoft Azure. Além disso, é importante acompanhar o desenvolvimento de novas bibliotecas, frameworks e práticas recomendadas no ecossistema Java, que podem ser encontradas em recursos como o Java Community Process (JCP), Java Magazine, blogs de desenvolvedores e conferências.

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Pedro Pietroluongo

Posted on May 11, 2023

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