Eu sempre tive o sonho de escrever um livro. Apaixonada por eles desde a infância, materializar as ideias em palavras tem uma importância gigantesca no meu dia a dia.

Os diários fazem parte da minha rotina desde a infância. E os livros, seja no kindle, no tablet ou papel, vivem espalhados pelos cômodos da minha casa, como decoração, inspiração e fonte de conhecimento.

Compartilho neste artigo como tem sido o processo criativo da escrita do meu primeiro livro infantil. Um sonho que, minuciosamente e aos poucos, materializou-se e finalmente posso dizer: eu estou no processo de aprendizagem para ser uma escritora.

Mais Meninas na Tecnologia, aulas e sonhos

Desde que comecei a dar aulas de programação para crianças no projeto Mais Meninas na Tecnologia, na qual iniciei em 2020, o sonho ficou ainda mais latente no meu peito. Afinal, ter um livro como base para as aulas seria muito importante no sentindo de contextualizá-las, de maneira lúdica, sobre os conteúdos de programação, matemática, ciências e física.

Até que a super ilustradora Carol Ohara topou o desafio comigo, a Prefeitura de São Paulo me financiou por meio do programa VAI, e iniciamos juntas o processo de desenvolvimento do livro infantil sobre a Minidev, personagem principal do aplicativo que desenvolvi durante o meu mestrado em tecnologias da informação.

Mas antes de abrir um documento em branco no Google docs e colocar a mão na massa, eu li muito. Comprei vários livros infantis e me deliciei durante horas a fio com ilustrações exuberantes e textos cheios de afeto, coragem e gentileza. Alguns inspirações foram essas:

E comecei a esboçar, em perguntas, o que eu queria de fato com o livro. Por exemplo:

O que eu quero:

• Inspirar as alunas com uma narrativa envolvente;
• Contar uma história sobre uma menina numa jornada rumo à programação e as ciência exatas;
• Envolver a personagem principal como um espelho das suas próprias histórias.

O que eu não quero?

• Muito texto, prefiro mais apelo visual;
• Ser mais um material descartável: quero que faça sentido;
• Ser uma mensagem densa, difícil e cheia de palavras complexas.

O que eu sonho com esse livro?

• Utilizar nas aulas com as alunas;
• Que elas possam ler em casa, ou seja, um material de fácil acesso;
• Inspiração com uma mensagem de coragem, gentileza e curiosidade em relação às ciências exatas.

Quais são as palavras-chave do livro?

programação, gentileza, coragem, ciência exatas, números, sonhar, São Paulo, educação, escola, empoderamento, criatividade, medo, erro, refatoração, códigos, robôs, computador, professora, bugs, meninas, memória, lógica, problema...

Quais as características visuais do livro?

• Ilustras grandes com textos curtos;
• Ter página dupla de destaque para o e-book;
• A Minidev num cenário composto com vários itens: imaginário e irracional, com foco no campo do fictício;
• Texturas, ícones e características que remetem ao universo inovador da tecnologia.

E quais são as imagens que me inspiram?

Sem mais delongas, finalmente, cheguei nos primeiros trechos do tão sonhado livro da Minidev: a menina que deseja programar:

"A criatividade sempre foi importante
É possível imaginar dinossauros e borboletas falantes
Bicicletas mirabolantes
E até robôs de diamantes

Sei lá, um brigadeiro sabor de refrigerante
Ou até mesmo naves rodopiantes
Computadores deslizantes
E números cintilantes

continua [...]"